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Características dos falsos profetas

Mateus 7.13-23

Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. (Mt 7.15)

 

Temos aqui, uma forte advertência do nosso Senhor Jesus com relação aos falsos profetas que haveriam de ressurgir. Contudo, precisamos ter condições de identificar tais indivíduos, pois há um final desastroso não só para eles (vv19,23), mas também para os seus seguidores (Lc 6.39). A palavra profeta, grosso modo significa aquele que fala em nome de Deus. Entretanto, o termo hebraico nãbî= profeta, representa não apenas o profeta verdadeiro, mas o falso também (Dt 13.1-5); contudo, quando nãbî é aplicado ao verdadeiro profeta, ele designa o porta-voz do verdadeiro Deus [1].

No texto bíblico em apreço, Jesus observou que, nem todo aquele que lhe diz: “Senhor, Senhor, entrará no Seu reino”; isso porque palavras e aparência, não são suficientes para legitimar a autenticidade de um profeta. Jesus deixou bem claro, que a única forma seguramente possível para reconhecê-los, é através de seus frutos, ou seja, a partir de suas características.

Judas, em sua epístola, também tratou acerca do assunto, alistando uma série de características que são inerentes aos falsos profetas, pelo que vamos considerá-las aqui:

 

1 – FINGIDOS (v4) “DISSIMULAÇÃO” - São ótimos atores, aparentam algo que não vivem, enganam aqueles que os seguem. Tem capa de ovelha mas na verdade não passam de lobos vorazes.

 

2 – ÍMPIOS (v4) - O ímpio é aquele indivíduo que não crê em Deus, causa pela qual ele vive no pecado sem o menor temor a Deus e de Sua justiça. Por esta razão não se preocupam em torcer as escrituras, pois se que acreditam nelas como palavra de Deus, antes a vêem como uma oportunidade de explorar a fé das pessoas.

 

3 – TORCEM A PALAVRA DE DEUS (v4) - Outra característica do falso profeta é deturpar a palavra de Deus para validar suas práticas carnais, usam a graça como pretexto para libertinagem.

 

4 – NÃO ACEITAM O SENHORIO SOBERANO DE JESUS (v4) - Talvez essa seja a característica principal dos falsos mestres de nossos dias, que ensinam seus seguidores a: “Não aceitarem, determinarem, e reivindicarem”. Essas atitudes são contraditórias ao caráter de um genuíno filho de Deus, que sob qualquer substância aceita a vontade do Pai sem questionar: Dizendo: “Pai, se queres, passa de mim este cálice, todavia não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.42).

 

5 – VIVEM NOS PRAZERES DA CARNE (vv7,8) - Judas cita o exemplo dos moradores de Sodoma e Gomorra, que haviam se entregado às práticas mais baixas. Por isso não se importam com a forma de vida de seus seguidores, e nem pregam contra o pecado, pois se fizessem assim estariam falando contra si mesmos.

 

6 – ZOMBAM DOS PRINCIPADOS E POTESTADES (vv8-10) - Por não crerem no mundo espiritual ou ignorá-lo, zombam de satanás e seus demônios, no entanto Judas citou o exemplo do arcanjo Miguel, que não subestimou o diabo, achando que o podia vencer por suas próprias forças, antes evocou o nome do Senhor: “O Senhor te repreenda”. Os falsos profetas da atualidade gostam de desafiar as autoridades do mal, deixando evidentes suas verdadeiras identidades.

 

7 – NÃO POSSUEM CONHECIMENTO DA PALAVRA (v10) - O discurso dos falsos profetas, não possui nenhuma fundamentação bíblica, antes repousa em supostas experiências e revelações. Desta forma “quando” usam a Bíblia, usam-na apenas para justificar suas práticas absurdas, tirando versículos de seus contextos, para que pareça ser o que querem dizer.

 

8 – MOVIDOS PELO AMOR AO DINHEIRO (v11) - Judas citou dois maus exemplos o de Caim e o de Balaão. O primeiro deu uma oferta qualquer a Deus por ser avarento (Gn 4.3), enquanto que o segundo se vendeu a Balaque, rei dos moabitas (Nm 22). Por conta disso, o discurso dos falsos profetas giram em torno de votos que envolvem dinheiro. No entanto Judas evoca um terceiro exemplo, o da punição de Corá que foi engolido pela terra junto com seus seguidores por se rebelarem contra os princípios de Deus, para mostrar que os falsos mestres não ficarão sem a justa recompensa: “A punição eterna”.

 

9 – EGOÍSTAS - Outra característica é buscar os seus interesses próprios. Por isso pedem ofertas inescrupulosas com a maior cara de pau, sem se importar com o que será do dia seguinte daqueles que ofertam.

 

10 – DESPROVIDOS DE QUALQUER FRUTO, POIS ESTÃO MORTOS - É fato inconteste que uma árvore morta não pode dar fruto. Judas toma aqui a idéia usada por Jesus: “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.16), pelo qual Judas quis deixar claro a impossibilidade deles produzirem o fruto do Espírito, pois estão “duplamente mortos”.

 

11 – PRODUZEM GRANDE DESTRUIÇÃO (v13) - As ondas agitadas domar podem levar grandes embarcações ao naufrágio, assim como uma estrela descontrolada pode cair na terra causando grande estrago. Assim também é o que produz esses mestres na vida de seus seguidores, nesta vida e ainda pior na vida porvir.

 

12 – MURMURADORES (v16) - Sinônimo de reclamação acerca de Deus. Os falsos profetas da atualidade fazem ainda pior, pois ousam dizer a Deus: “Eu não aceito”, ou questionam os desígnios de Deus.

 

13 – NÃO SEGUEM A VONTADE DEUS, MAS A PRÓPRIA VONTADE (v16) - São capazes de fazer qualquer coisa para alcançar seus objetivos egoístas, por isso enganam pessoas e afrontam a Deus.

 

14 – ARROGANTES, ORGULHOSOS (v16) - Por isso usam jargões do tipo: “Se eu sou homem de Deus quero aqui quatro querubins...”, “se eu tenho crédito com Deus quero...”, “Eu te empresto a minha fé...”...

 

15 – ADULADORES (v16) - Massageiam o ego de seus seguidores com o fim de obter benefícios dos tais. Por esta razão suas reuniões são antropocêntricas, tudo gira em torno do homem, levando-os a acreditarem na sua própria capacidade, “minha fé, paguei um preço”. Assim exaltam ao homem e rejeitam a Deus.

 

CONCLUSÃO (vv20-22) - Precisamos edificar a nossa fé, de duas formas: Meditando na palavra dos apóstolos (v17), e mantendo uma vida de oração sob a direção do Espírito Santo (v20).

 

Pr. Patrick


 

[1] Dicionário Vine, p. 248, CPAD, Rio de Janeiro, RJ, 1ª edição, 2002.