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SEITAS PSEUDOCRISTÃS
Há muitas seitas espalhadas pelo mundo inteiro, dentre elas as pseudocristãs, melhor definida logo mais abaixo. Este presente estudo não tem a pretensão de apresentar exaustivamente todas seitas, nominando cada uma delas, nem sequer expor e refutar todos os seus ensinos, pois isso demandaria a produção de um livro.
DEFINIÇÃO - O termo “seita” refere-se a um grupo que desvinculou-se de outro; enquanto que o vocábulo grego “pseudo” denota algo falso. Portanto quando falamos de seitas pseudocristãs estamos nos referindo a grupos que se apresentam como genuínos cristãos, todavia não são. Suas doutrinas mesclam verdades com deturpações dos ensinamentos bíblicos. Por isso são considerados por muitos como seitas heréticas, ou seja; grupos que defendem heresias. A palavra heresia em seu idioma original (grego), denota apenas uma opinião, todavia assumiu a conotação de uma opinião contrária ao que realmente está revelado na Palavra de Deus.
Segue abaixo as Seitas Pseudocristãs de maior influência e seus principais ensinos:
1. O Catolicismo Romano. Este, ainda é o maior grupo pseudocristão. Suas doutrinas possuem sérias contradições com a Palavra de Deus. Citaremos apenas algumas das suas muitas distorções doutrinárias:
a) Adição de livros apócrifos – sendo eles: Tobias, Judite, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque e alguns acréscimos aos livros de Ester e Daniel. Tais escritos não se encontram no cânon hebraico e foram produzidos durante o período interbíblico, ou de silêncio profético como também é conhecido. Contudo o concílio de Trento em 1.548 reconheceu os livros apócrifos como canônicos, sendo apropriados para a leitura nas igrejas.
b) Conferem à tradição eclesiástica igual valor ao conteúdo bíblico – Para o catolicismo a Bíblia não é a única regra de fé e prática, como é para nós. Todavia a Bíblia é a única fonte infalível da revelação de Deus para nossa salvação (Jo 5.39, Gl 1.8).
c) Consideram que o papa é um ser infalível – Porém a Bíblia nos mostra que todos pecaram (Rm 3.23).
d) Consideram que a igreja foi edificada sobre Pedro, e o papa é o sucessor dele – A igreja não foi edificada sobre Pedro e sim sobre Jesus. Pedro, no grego Petrós, significa pedrinha, ou fagulha de pedra; mas Jesus edificou sua igreja sobre uma rocha (Gr. Petra), que só poderia ser Ele mesmo, (Mt 16.18; Ef 2.20; At 4.11; 1 Pd 2.4). Além do mais, Jesus não deixou um líder absoluto ocupando Seu lugar, pois Ele próprio continua sendo o cabeça da igreja (Ef 1.2, 22; 5.23).
e) Adoram imagens de escultura – As escrituras repudiam com veemência tal prática (Êx 20.4, 5, Dt 4.15-19, Sl 115.4-8, Is 44.9-20; 45.20). A idolatria resulta em maldição e condenação eterna (Dt 27.5, Ap 21.8).
f) Adotam inúmeras outras práticas heréticas – Dentre elas estão: intercessão de Maria e dos santos, purgatório, oração pelos mortos, confissão auricular, transubstanciação, Maria mãe de Deus e co-redentora da salvação, batismo infantil, regeneração batismal, etc., etc., e etc.!
2. As Testemunhas de Jeová. Fundada por Charles Taze Russel (1852-1916); depois vieram Joseph F. Rutherford, Nathan Knorr e Fred Franzs. Começaram na Pensilvânia, Estados Unidos em 1879. A sede se encontra no Brooklyn, Nova York, EUA. Normalmente são confundidas pela maioria das pessoas com evangélicos normais, todavia não se engane; eles não são! Sustentam algumas doutrinas que são extremamente nocivas à genuína fé cristã. Passaremos alistá-las aqui:
a) Negam a divindade de Cristo – Para eles Cristo não é Deus junto com o Pai, inclusive fizeram alterações na tradução da Bíblia que utilizam; feita por eles mesmos, para parecer que Cristo não é Deus com o Pai (Jo 1.1; 8.58; 10.30; 14.9). Todavia há evidências irrefutáveis acerca da divindade de Jesus por todo o Novo Testamento (Jesus recebe adoração Mt 2.11; 14.33; 28.9,17; Ap 5.13; É chamado de Deus Jo 20.28; Tt 2.13).
b) Dizem que o Espírito Santo é uma mera força ativa – É assim que traduzem Gn 1.2, negando a pessoalidade e a divindade do Espírito Santo. Isso é muito preocupante, pois Jesus afirmou que o único pecado que não será perdoado é a blasfêmia contra o Espírito Santo (Mt 12.31, Mc 3.28, Lc 12.10). Entretanto, a Bíblia deixa bem claro que o Espírito Santo é um Ser divino e pessoal; pois Ele participa da obra da criação (Gn 1.2); se entristece com os pecados de Israel (Is 63.10); seleciona homens para o ministério (At 13.2); distribui dons (1 Co 12.4-11); e é chamado de Deus (At 5.3,4), por que de fato é o que Ele é.
c) Por consequência negam a doutrina da trindade – Uma vez que não creem na divindade de Cristo, nem na pessoalidade e deidade do Espírito; não poderiam crer na doutrina trinitariana. Além disso, alegam que não há a palavra trindade na Bíblia, por isso não creem. Contudo esse é um péssimo argumento, pois não é necessário ter uma palavra num texto para se ter à ideia, uma verdade também pode estar presente de forma implícita. Embora não haja a palavra trindade na Bíblia, a verdade doutrinária é muito forte a partir de alguns textos, (Mt 3.16,17; 28.19; 2 Co 13.13).
d) Sustentam o aniquilacionismo – Tal doutrina nega que realmente exista o inferno. Para eles os ímpios simplesmente deixarão de existir, sendo aniquilados por Deus. Entretanto Jesus fez severas afirmações acerca do inferno, mostrando ser um lugar de tormento ininterrupto, onde o verme não morre e o fogo não apaga (Mc 9.42-48). Jesus disse ser melhor entrar aleijado no reino de Deus do que ser lançado no inferno com todos os membros (Mt 18.8,9).
e) Sustentam a doutrina dos 144.000 – Esta doutrina ensina que somente um grupo de 144.000 pessoas; desfrutarão da presença de Deus no céu, sendo que, o restante dos salvos; deverão viver na terra. Apoiam-se no texto de Apocalipse 14.1,3 para fundamentar essa doutrina. Todavia ao analisar o contexto do próprio livro fica bem claro que 144.000 é um número (provavelmente simbólico) referente às doze tribos de Israel (Ap 7.4-8), e que não há qualquer limitação ao número dos salvos que viverão com Cristo no céu (Ap 7.9).
f) Acreditam no sono da alma – Doutrina de que após a morte a alma encontra-se em um estado de inconsciência. Um dos principais textos que usam para fundamentar essa doutrina encontra-se em Ec 9.5. Todavia esse como os demais textos citados por eles, devem ser analisados à luz de seus contextos. O livro de Eclesiastes deve ser entendido sob a luz da expressão “debaixo do sol”, que só no cap. 9 aparece cinco vezes; repetindo-se quase trinta vezes no decorrer do livro. Todavia a Bíblia nos mostra uma realidade bem diferente da condição da alma após a morte, confira (Lc 16.19-31; Ap 6.9,10, Fl 1.21-23).
3. O Adventismo do Sétimo dia. Tem como precursor Willian G. Miller (1782-1849). Miller anunciou a volta de Jesus fixando primeiramente a data de 21/03/1843. Como sua predição não se cumpriu, ele a remarcou para 22/10/1844. Após ver mais uma predição frustrada, Miller abandonou suas ideias proféticas. Todavia, outros grupos surgiram ensinando que Miller acertou a data, apenas errou o local; pois segundo eles o santuário que seria purificado com a segunda vinda de Jesus era no céu e não na terra. Daí surgiu em 1863 a Associação Geral das Igrejas Adventistas do Sétimo dia, em Battle Creek, Michigam, EUA, sob a liderança de Ellen Gold White (1827-1915). A senhora Ellen afirmava ter visões e revelações divinas, que não poderiam ser contestadas com êxito. A sede mundial fica nos Estados unidos, e no Brasil em Tatuí, SP. Possui no mundo uma membresia aproximada de 10 milhões, sendo no Brasil cerca de 710.000. Segue alguns dos principais ensinos dos Adventistas do Sétimo Dia:
a) A Bíblia deve ser interpretada à luz das visões, sonhos e revelações de Ellen G. White – Dizem que a Bíblia é a luz maior, e os escritos de Ellen G. White é a luz menor. Acreditam que seus escritos foram inspirados por Deus tanto quanto os demais livros da Bíblia. Entretanto nada pode ser tomado como matéria normativa de fé além daquilo que já foi estabelecido através dos profetas e apóstolos sob pena de maldição (Gl 1.8; Ap 22.18, 19).
b) Confundem Jesus com o arcanjo Miguel – Apesar de aceitarem a doutrina da trindade e da divindade de Jesus, acreditam que Ele seja o Arcanjo Miguel, reduzindo-o assim a um dos seres que Ele mesmo criou (Jo 1.3; Cl 1.16). Anjos não podem ser adorados (Ap 22.8, 9), mas Jesus não só recebe adoração dos homens como dos anjos também (Mt Mt 2.11; 14.33; 28.9; Hb 1.6).
c) Afirmam que a expiação dos pecados não foi consumada na cruz – Segundo eles, Jesus esperou até 22/10/1844 a fim de assentar-se à direita do Pai para finalizar sua obra, dando início ao juízo investigativo. A muito; Jesus está à direita do Pai (At 7.55, 56; Rm 8.34; Ef 1.20), e Ele mesmo afirmou estar sua obra consumada na cruz (Jo 19.30); podendo assim declarar salvo aqueles que Nele viessem crer (Lc 23.43).
d) Dizem que Jesus está realizando uma purificação num certo compartimento do céu – Afirmam que em 1844 Jesus entrou no “segundo compartimento” – o Santo dos Santos, onde Deus Pai está; começando a purificar o santuário e a julgar seu povo; os adventistas. Com isso, acabam por sustentar duas situações bizarras: Primeiro que, o lugar onde Deus Pai está estava sujo, pois ao contrário não precisaria ser limpo; Segundo, Jesus estaria fazendo papel trocado, pois ao invés de ser nosso advogado como a Bíblia nos ensina (1 Jo 2.1), Ele estaria trabalhando como um “detetive”, investigando a vida dos crentes!
e) Sustentam que a salvação depende da guarda dos dez mandamentos e de ser adventista – Os adventistas acreditam que nesse juízo investigativo, Jesus está verificando quem está de fato guardando os mandamentos; sendo que quando Ele voltar haverá um juízo retributivo, em que só será salvo os adventistas que tiverem guardado a lei. Quem não for adventista não terá seu nome no livro da vida, restando ser destruído junto com os adventistas infiéis. Entretanto, ninguém pode ser salvo pela lei (Gl 3.10, 11), somente pela graça; mediante a fé (Rm 3.24; Ef 2.8, 9).
f) Creem que o sábado é o selo de Deus – A guarda do sábado é para eles uma espécie de marca dos salvos, pois ela determina quem de fato são os filhos de Deus. Todavia o cristão não precisa guardar necessariamente o sábado, por várias razões: 1) Fazemos parte de uma nova aliança (Mt 26.28), e o sábado estava relacionado à antiga aliança firmada com os hebreus; 2) O sábado era apenas uma sombra do descanso pleno que encontraríamos em Jesus (Cl 2.16, 17; Hb 10.1; Mt 11.28, 29); 3) A guarda do sábado constitui-se um retrocesso espiritual (Gl 4.8-11); 4) Os cristão se reuniam todos os dias (At 2.46; 5.42), tendo o domingo como um dia especial, chamado de “o dia do Senhor (Mc 16.9; At 20.7; 1 Co 16.2; Ap 1.10); 5) Em suma, nem mesmo os adventistas conseguem guardar o sábado conforme previsto na lei (Êx 16.29; 20.10).
g) Colocam o diabo como corredentor na obra da salvação – Não afirmam com essas palavras; porem levantam essa questão ao interpretarem erroneamente o significado dos dois bodes descritos em Levítico (16.5-10); no dia anual da expiação. Ensinam os adventistas que o primeiro bode é Jesus, que foi sacrificado pelos pecados (bode expiatório). Depois, Jesus, como Sumo Sacerdote; irá confessar nossos pecados sobre satanás, o segundo bode, e o deixará perambulando sobre a terra durante o milênio, pagando pelos nossos pecados (bode emissário). Com essa má interpretação fazem do diabo participante da salvação, o que é inteiramente inaceitável para um legítimo cristão. Jesus é o único cordeiro de Deus que pode tirar o pecado do mundo (Jo 1.29, 36). Como já vimos; a obra da salvação já foi consumada na cruz, em Cristo; ao invés de aguardar consumação por satanás no findar do milênio (Jo 19.30).
Obs. À semelhança das Testemunhas de Jeová (que são oriundas do adventismo), os Adventistas também defendem a doutrina do sono da alma, bem como a do aniquilacionismo; ambas já consideradas neste estudo.
4. A congregação Cristã no Brasil. De origem presbiteriana; Luigi Francescon (1866-1964), aderiu ao pentecostalismo em 1907. Em 1910 fundou a igreja Assembleia Cristã, instaurando as primeiras igrejas em Santo Antônio da Platina, no norte do Paraná, e São Paulo (capital), entre imigrantes italianos. Duas décadas mais tarde, a então Assembleia Cristã passou a se chamar Congregação Cristã do Brasil, sendo novamente alterado para Congregação Cristã no Brasil nos anos 60, permanecendo até os dias atuais. A congregação sempre causou grande confusão nas igrejas evangélicas e tirou delas muitos membros. Diferente do que pensam alguns, a CCB não compartilha da mesma fé que nós confessamos, há sérias discrepâncias doutrinárias; vejamos aqui as principais:
a) Dizem que a oração deve sempre ser feita de joelhos – Entretanto não existe uma postura exclusiva e normativa para oração na Bíblia; pelo contrário, vemos a oração sendo realizada de diferentes formas. Por exemplo: Provavelmente Ezequias não estava de joelhos ao orar quando enfermo (2 Rs 20.2; Is 38.2), Jonas também não (Jn 2.1-10), Jesus orou em pé (Jo 11.41-43), os discípulos oravam assentados no cenáculo (At 1.14; 2.1, 2). Além disso devemos orar constantemente, ou seja; em todo lugar, o que seria impossível se isso dependesse de se ajoelhar (1 Tm 2.8; 1 Ts 5.17)!
b) Rejeitam a fórmula batismal trinitariana – Baseiam-se em Atos 2.38 para sustentar que o batismo deve ser feito somente em nome de Jesus; todavia nesse texto, Pedro não teve a menor pretensão de ensinar uma fórmula batismal, mas apenas apontar para a importância do batismo como uma expressão do genuíno arrependimento; conforme ensinou Jesus. A genuína fórmula para a realização do batismo é trinitária, e foi dada pelo próprio Cristo, que ordenou: Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; (Mt 28.19).
c) Exigem o uso do véu por parte das mulheres durante o culto – Partindo de uma interpretação equivocada de 1 Co 11 sustentam essa doutrina; todavia algumas objeções podem ser levantadas: 1) Essa é a única passagem que trata a respeito do assunto em todo Novo Testamento, não é coerente formar uma doutrina baseada em um único texto; 2) Alguns intérpretes afirmam que o uso do véu servia para diferenciar novas convertidas que antes eram prostitutas, das prostitutas cultuais, que tinham a cabeça raspada; todavia somente até que o cabelo crescesse (v15); 3) Em última análise, ainda que Paulo estivesse ensinando a necessidade do uso do véu isso se tratava de um costume; e não de uma doutrina com relevância para salvação (v16), doutra forma teria reiterado tal ensino nas demais epístolas.
d) Proíbem as mulheres de cortarem os cabelos – Tomam como base 1 Co 11.14, 15. Todavia o máximo que o texto pode sugerir é que deva haver uma diferenciação entre o cabelo de homem e da mulher; pois é possível ter um cabelo comprido cortando-o periodicamente. Todavia até mesmo isso é difícil de se sustentar como doutrina; pois é sabido que geralmente os homens judeus tinham o cabelo bem maior do que o que costumamos usar, bem como que, quando um homem ou uma mulher fazia o voto do nazireado, não poderia cortar o cabelo até que o mesmo findasse (Nm 6.5). Isso implica em três questões: A primeira, é que se a regra de não cortar o cabelo durante o voto também diz respeito às mulheres, isso implica no fato de que elas também cortavam o cabelo, doutra forma não precisaria exortar; a segunda é que haviam votos assumidos para toda a vida por certos homens, o que implica em cabelos muito compridos a ponto de ser possível fazer tranças (Sansão Jz 16.13, 17; Samuel 1 Sm 1.11); a terceira é que no final do voto (quando não fosse para a vida toda), tanto homens como mulheres deveriam raspar a cabeça logo após ter sido realizado o holocausto pelo sacerdote (Nm 6.13-18). Sendo assim, ainda que eu (Pr. Patrick), prefira que homens tenham cabelos curtos e mulheres compridos, não posso impor isso como uma doutrina necessária para a salvação, pois como vimos não há qualquer apoio sólido nas escrituras para tal imposição.
e) Rejeitam o ministério pastoral – A CCB chama seus líderes de “ancião”, alegando que os pastores são mercenários, e foram rejeitados por Deus. Sua argumentação parte de dois grandes equívocos; o primeiro de não considerarem que os termos ancião, presbítero, pastor (Gr. Poimen= oficial que preside), ou bispo (Gr. Episkopos= supervisor ou superintendente), são usados de forma intercambiável no Novo Testamento (Jo 21.16, Tt 1.5-7, 1 Pd 5.2), como sendo termos congêneres, sendo que os dois primeiros são provenientes do mesmo vocábulo grego presbuteros. O termo grego presbuteros aponta para a maturidade espiritual exigida do líder para superintender a igreja; por isso o candidato ao ministério não pode ser novo convertido (1 Tm 3.6 neófito).
O segundo grande equívoco parte de uma má interpretação de Ezequiel 34.1-10. Em primeiro lugar o termo “pastores" neste texto; nada têm haver com os “pastores”, como líderes espirituais das igrejas; mas com os governantes de Israel (v4). Ainda assim, Deus prometeu levantar pastores segundo o Seu próprio coração (Jr 3.15), ou seja; líderes obedientes a Ele.
Por fim, o Novo Testamento mostra claramente que foi o próprio Senhor quem instituiu o ministério pastoral (Jo 21.15-17; Ef 4.11). Portanto a CCB incorre no grave erro de revogar e maldizer um ministério que fora estabelecido pelo Senhor da igreja.
f) Pregam contra a entrega do dízimo – Sustentam que o dízimo é uma exigência exclusiva da lei mosaica, não sendo assim necessária. Todavia, o dízimo não é proveniente da lei mosaica; pois bem antes dela a devolução do dízimo já era praticada pela fé (Gn 14.20; 28.22). Este também é um gravíssimo erro, pois reter o dízimo é roubar a Deus, e os ladrões não herdarão o Seu reino (Ml 3.8; 1 Co 6.10).
5. O Espiritismo. Mesmo que não seja essencialmente uma seita pseudocristã, é cabível considerá-la nesse estudo, uma vez que normalmente usam a Bíblia (ainda que a seu bel prazer) para fundamentar de algum modo a sua doutrina. Eles possuem por exemplo um livro chamado "o evangelho segundo o espiritismo", escrito por Allan Kardec, onde ele oferece uma interpretação sob uma perspectiva espírita.
O espiritismo possui dois principais grupos no Brasil; o baixo e o alto espiritismo. O primeiro tem sua ligação direta com a influência religiosa africana, trazida para o Brasil pelos escravos, originando o que passou a ser conhecido como religiões afro-brasileiras. Dentre elas estão à umbanda, quimbanda e o candomblé, possuindo ligeiras diferenciações. A característica mais forte em comum entre elas; está no culto a certas entidades, como os caboclos e os pretos velhos. O segundo, também conhecido como espiritismo kardecista ou científico, tem ligação direta com três principais personagens; as irmãs Margarete e Kate Fox, e Allan Kardec. As afirmações das irmãs Fox de que mantinham contatos com o mundo dos espíritos alcançou grande repercussão nos Estados Unidos e Europa, passando a serem citadas como as fundadoras do Espiritismo moderno. Segundo elas, na noite de 21 de março de 1948, começaram a ouvir pancadas nas portas e a ver objetos se movendo sozinhos; pelo que Kate estabeleceu um contato com o mundo invisível estalando seus dedos, tendo como resposta a repetição dos estalares. Entretanto a figura de maior expressão no espiritismo é a do Frances Allan Kardec. Seu nome verdadeiro é Hippolyte Léon Denizard Rivail. Kardec diz ter presenciado um fenômeno sobrenatural que mudou sua vida em 1855; “mesas girando, pulando e correndo sozinhas”! Depois disso começou a participar de outras sessões mediúnicas, onde segundo ele, passou a ser guiado por um espírito chamado “verdade”, que afirmava ter sido seu amigo numa reencarnação anterior, quando ele se chamava Allan Kardec. Por incentivo desse suposto espírito, ele assumiu o pseudônimo Allan Kardec. Ele passou a interrogar os supostos “espíritos superiores” através de vários médiuns, registrando suas respostas no que se tornou O Livro dos Espíritos, dando assim origem ao Espiritismo Kardecista, em 18 de abril de 1857, afirmando ser a terceira e última revelação de Deus à humanidade, sendo as duas anteriores o Judaísmo e o Cristianismo. No Brasil, o kardecismo teve seu início em Salvador, BA, em setembro de 1865. O kardecismo ainda conta com a FEB – Federação Espírita Brasileira, fundada em 1844 e sediada em São Paulo. Tem como principal representante no Brasil o conhecido “Chico Xavier” (Francisco Cândido Xavier). Além disso; contam com cerca de 2 milhões de adeptos espalhados pelo país. Embora não usem a Bíblia como manual de fé e conduta; há quem defenda que o espiritismo seja uma doutrina cristã, todavia isso nem de longe pode ser sustentado; pois é o mesmo que tentar misturar água com óleo; é impossível! Segue alistadas suas principais crenças:
a) Negam a inspiração divina da Bíblia e sua infalibilidade – Para eles, a narrativa da criação não passa de uma lenda, pois creem na teoria da evolução. Recomendam apenas os dez mandamentos e o exemplo moral de Jesus, o demais (segundo eles) não passa de opiniões pessoais dos escritores. Entretanto, já que dizem seguir o exemplo moral de Jesus, deveriam crer e obedecer tudo quanto Ele falou, e por consequência reconhecer a Bíblia toda como a revelação infalível e inspirada de Deus:
Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam; (Jo 5.39).
O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar (Mt 24.35).
Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo (2 Pd 1.20,21).
Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; (2 Tm 3.16).
b) Negam a doutrina da trindade – Consideram a doutrina da trindade obscura e incompreensível; sendo que para eles Jesus não é Deus, mas apenas um espírito puro enviado pelo Pai para levar a humanidade a um grau maior de evolução. Para eles o Espírito Santo não é um ser pessoal, e muito menos Deus. Entretanto a Bíblia nos assevera exatamente o contrário; como já vimos no estudo sobre as Testemunhas de Jeová, nas letras a, b, c.
c) Negam a ressurreição corporal de Jesus – Segundo Kardec a ressurreição de Jesus nunca aconteceu de fato, o que ocorreu foi o desaparecimento do corpo de Jesus, ficando um “corpo fluídico” (perispírito). Entretanto se Jesus não ressuscitou como dizem, não deveriam seguir o exemplo moral Dele, pois estariam seguindo um mentiroso indigno de qualquer confiança, porque Ele prometeu ressuscitar (Mt 16.21; Mc 8.31; Lc 9.22). Além disso, há provas incontestes da Sua ressurreição corporal (Lc 24.42,43; Jo 20.24-28).
d) Negam os milagres realizados por Jesus – Dizem que foram manifestações mediúnicas, sendo que algumas nada tem de sobrenatural, como no caso da ressurreição de Lázaro, que para eles não passou de uma parada temporária dos órgãos vitais (letargia). Contudo era impossível que Lázaro voltasse à vida depois de quatro dias a não ser por um milagre, pois já estava em processo de putrefação (Jo 11.39).
e) Negam a existência do céu, do inferno – Não acreditam que exista o céu nem mesmo o inferno como a Bíblia diz. Descrevem o céu; como o estado máximo de aperfeiçoamento alcançado na evolução, enquanto que o inferno nada mais é do que o sofrimento a que os espíritos ainda imperfeitos são submetidos quando desencarnam. Todavia não é assim que a Bíblia os descrevem (Lc 16.19-31; Mc 9.42-48; Ap 21.1-4).
f) Negam a ressurreição e o juízo final – Rejeitam a doutrina bíblica da ressurreição, bem como do juízo final, obviamente por que são incompatíveis com a doutrina da reencarnação que sustentam. Contudo, não há qualquer dúvida do ensino bíblico acerca da ressurreição (1 Co 15.42-44, 52; 1 Ts 4.13-18;), bem como do juízo final (Mt 25.31-34, 41; Ap 20.11-15).
g) Negam o sacrifício vicário e expiatório de Cristo – Sustentam que; os pecados não podem ser perdoados pelos méritos de Cristo, a fé Nele não tem nenhum valor para a salvação, antes, cada um deve expiar seus próprios pecados através das obras de caridade e da reencarnação. Para eles; a cada reencarnação, o espírito vai sendo purificado mediante seus próprios esforços, até chegar ao ápice do progresso evolutivo tornando-se um “espírito puro”; mensageiros de Deus isentos de qualquer mácula ou pecado. Entretanto, Jesus foi enfático ao afirmar a impossibilidade do homem alcançar a salvação por seus esforços, deixando claro que esta é uma obra que só pode ser realizada exclusivamente por Deus (Mt 19.25, 26; Mc 10.26, 27). Não conquistamos a salvação por nossas obras, recebemo-la pela graça de Deus mediante a fé em Seu Filho Jesus (Ef 2.8, 9).
h) Negam a existência de anjos e demônios – O espiritismo ensina que não existem anjos nem demônios, estes são para eles espíritos inferiores e superiores. Contudo, tanto anjos como demônios podem ser vistos atuando na esfera humana (Mt 1.20; 2.13, 19; 4.11, 24; 8.16; 13.39, 41, 49; Mc 5).
Conclusão – O kardecismo atrai muitas pessoas por duas principais razões: A suposta possibilidade de se comunicar com entes queridos que morreram; e pela facilidade moral, que é resumida em “confiar em Deus, em Jesus, nos espíritos superiores, e em si mesmo”; valorizando sempre o livre arbítrio; todavia o que dizem eles ser espíritos de pessoas que morreram, são na verdade demônios, pois satanás pode se transfigurar até mesmo em anjo de luz (2 Co 11.14), pois não há qualquer possibilidade de se comunicar com os mortos (Lc 16.26-31), prática amplamente repudiada por Deus em toda a Escritura (Êx 22.18, Lv 20.6, 27, Dt 18.9-12, Is 8.19).
Fonte: O Mínimo que Precisamos Saber como Genuínos Cristãos, de Patrick Antonio Rosa.
18 de junho de 2022